sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Dor no estômago
Dispepsia quer dizer má digestão. Chamam-se queixas dispépticas a um conjunto de sintomas relacionados com o estômago e, com frequência, desencadeados pelos alimentos: dor, desconforto, enfartamento, saciedade, distensão, eructações ( arrotos ), náuseas, vómitos ... Estes sintomas não são específicos de nenhuma doença do estômago, ou seja, podem estar relacionados com qualquer doença do estômago. Por vezes, estas queixas, são designadas genericamente por indigestão.
As possíveis causas destas queixas dispépticas podem ser:
Dispepsia Funcional ( a que os médicos de língua inglesa também chamam Dispepsia-sem-úlcera - é a causa mais frequente de queixas dispépticas).
Úlcera do duodeno
Úlcera do estômago
Erosões do estômago
Erosões do duodeno
Cancro de estômago
Gastrite crónica ? - é muito duvidoso que a gastrite crónica causada pelo Helicobacter pylori, seja causa de sintomas.
Para além destas doenças do estômago e duodeno outras doenças poderão ser causa de dor na parte alta do abdómen: Síndrome do Intestino Irritável, Litíase da Vesícula, Pancreatite, Tumores do intestino delgado e cólon, isquemia do mesentério, isquemia do miocárdio, ...
Para esclarecer qual a doença ou doenças que estão na origem das queixas dispépticas o médico, na maior parte dos casos, manda realizar uma endoscopia alta que permite observar o esófago, o estômago e o duodeno e permite ver se há uma doença orgânica que seja a causa dos sintomas: Úlcera do Duodeno ?, Úlcera do Estômago ?, erosões do estômago ou duodeno ?, tumor benigno ou maligno do estômago ?, Doença do Refluxo Gastro-esofágico ?.
Em mais de 50% das pessoas com queixas dispépticas, a observação endoscópica do estômago - endoscopia alta - não mostra nenhuma alteração ou não mostra uma alteração que justifique as queixas.
Se as queixas dispépticas persistem há mais de 4 meses e não se encontra nenhuma alteração bioquímica, endoscópica, electrocardiográfica, ecográfica, radiológica ... ) a entidade em causa é, muito provavelmente a Dispepsia Funcional, sem dúvida, a causa mais frequente de queixas dispépticas.
Remédios mais usados para o estômago / gastrite
FÁRMACOS UTILIZADOS NAS DOENÇAS DO
TUBO DIGESTIVO
Os antiácidos com sódio devem evitar-se sobretudo se há hipertensão.
Os comprimidos mastigáveis são mais fáceis de trazer no bolso do que as formas líquidas
- Antagonistas dos Receptores H2 ( H2RA ) - antisecretores
- Cimetidina ( Cim, Evicer, Tagamet, Ulceridine )
- Ranitidina ( Gastridina, Gastrolav, Pep-Rani, Peptab, Peptifar, Quardim, Ran, Ranitidina, Stacer, Ulcecur, Zantac )
- Famotidina ( Dipsin, Famotidina, Fatidin, Gastopride, Gastrifam, Mensoma, Nulceran, Pepcidina )
- Nizatidina ( Nixacid )
Sintomas ligeiros do refluxo gastro-esofágico
Dispepsia funcional
- Inibidores da Bomba de Protôes ( PPI ) - antisecretores
- Omeprazole ( Gasec, Losec, Mepraz, Omezolan, Prazentol, Proclor, Proton )
- Pantoprazole ( Apton, Panctoc, Zurcal )
- Lanzoprazole ( Alexin, Gastroliber, Ogasto, Ulcertec)
- Rabeprazole ( Pariet )
- Esomeprazole ( Nexium )
Sintomas do refluxo gastro-esofágico - Esofagite ligeira ou severa, Tosse causada pelo refluxo gastro-esofágico
Úlcera do estômago e duodeno
Erradicação do H. pylori em combinação com os antibióticos.
Tratamento da úlcera péptica causada pelos AINE
Prevenção da úlcera péptica nos doentes que tomam AINE
Síndrome de Zollinger Ellison
Profilaxia das úlceras e erosões no stress dos queimados, traumatismos cranianos...
Dispepsia Funcional
- Procinéticos - Metoclopramida ( Metoclan, Primperan, Reglan )
- Domperidona ( Mogasinte, Cinet, Motilium, Nordolil, Remotil )
- Cisapride ( Prepulsid )
Dispepsia Funcional
Gastroparésia ( geralmente associada à diabetes )
Dieta para Gastrite
Com frequência damos à palavra dieta um sentido mais restrito, um sentido médico, referindo-nos aos alimentos que podem ser administrados a um doente. A maior parte das dietas usadas nas doenças em geral e, muito em especial nas doenças do Aparelho Digestivo, são preconceitos instalados há dezenas de anos ou séculos, sem nenhum fundamento científico. A dieta à base de leite para a úlcera do duodeno, e a dieta com compotas para as hepatites, são dois exemplos desses preconceitos, sem fundamento científico, ainda hoje instalados. Mas erros e preconceitos fazem parte do pensar do homem em todas as épocas e, em todos os ramos do saber.
ENDOSCOPIA E OUTRAS TÉCNICAS USADAS PELA GASTRENTEROLOGIA
1) TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO:
1.1- Endoscópicas:
Endoscopia Alta
Endoscopia baixa: anuscopia - sigmoidostomia - colonoscopia
CPRE ( ColangioPancreatografia Retrógrada Endoscópica
Enteroscopia
Laparoscopia
Ecografia endoscópica
1.2 - Não endoscópicas:
Manmetria esofágica
pHmetraia esofágica
Biopsia hepática
2 ) TÉCNICAS TERAPÊUTICAS:
Polpectomia
Tratamento das hemorragias
Dilatação esofágica
Colocação de próteses: esófago, intestino e via biliar
Porque acontece a Gastrite ?
Quando o nosso organismo é estimulado através do cheiro, do sabor, ou simplesmente pela pura vontade de comer, existe um aumento da salivação e do suco gástrico (rico em substâncias ácidas), responsáveis pelo trabalho de digerir os alimentos.
Antes de engolir, nós trituramos os alimentos, através da mastigação, misturando-os com a saliva. E depois que a gente engole o alimento.O alimento triturado começa a percorrer o esôfago - um tubo muscular localizado no meio do peito, que "conduz" o alimento até o estômago, através de movimentos de contração (peristaltismo). No final deste tubo existe uma espécie de "válvula" muscular chamada esfíncter. Quando as contrações atingem a parte inferior do esôfago, o esfíncter se abre e o alimento desce para o estômago. Em seguida, o esfíncter se contrai, impedindo que o suco gástrico e os alimentos retornem para o esôfago.
Gastrite tem cura
A regra número 1 é como e o que comer:
Existem alguns alimentos que são naturalmente mais difíceis de digerir: frituras, alimentos gordurosos, doces
concentrados, chocolate, condimentos fortes, etc.
Além desses, cada um de nós percebe que um ou outro alimento não "lhe cai bem". Não adianta insistir.
É comer e passar mal!!! Por isso, evite esses alimentos.
Sabe o que mais? O estômago sofre quando a gente sobrecarrega demais, seja com o tipo de alimento, seja
com a quantidade de comida. É muito mais fácil para ele digerir pequenas quantidades. Experimente fazer refeições menores, mais vezes ao dia. Além disso tudo, observe: As preocupações, as tensões que não são bem "digeridas" pelo seu organismo, aquele assunto que "não desce bem", podem provocar dor no estômago. E aí cada um precisa encontrar o seu jeito de lidar com a situação, porque preocupações e tensões todos nós temos.
E assim, como no caso dos alimentos, vale muito mais o seu procedimento: que você vai "colocar para dentro", o que não vai, como vai mastigar e digerir aquilo.
Se, mesmo seguindo essas dicas, você continua sofrendo com a alimentação do dia-a-dia, procure um médico.
Aquele remédio que deu certo para seu amigo pode não seradequado para você. Na consulta, ajude seu médico a ajudar você. Seu médico, e somente ele, poderá recomendar a medicação correta.
Para isso, é importante que você descreva claramente os seus sintomas. O que você sente exatamente? É uma dor ou um desconforto na boca do estômago? Sensação de estufamento? Azia ou queimação? Qualquer comida fica o dia inteiro "na memória"? Quando e em quais circunstâncias você sente isso? Antes ou depois da refeição?
O que normalmente alivia os seus sintomas? A alimentação? Um antiácido? O que faz aumentar os sintomas? Algum tipo de alimento em especial? Tensão emocional? Com que freqüência você tem estes sintomas? Várias vezes por dia? Uma vez por semana?
De acordo com o relato de seus sintomas mais importantes, seu médico poderá:
1- Aconselhar algumas adequações em seus hábitos de vida.
2- Prescrever medicamentos que facilitem o esvaziamento do estômago (pró-cinéticos), ou medicamentos que diminuam a produção de ácido (inibidores da bomba protônica ou antagonistas dos receptores H2).
Os medicamentos pró-cinéticos podem ajudar na digestão e os inibidores da acidez são eficientes para combater a dor e a queimação do estômago.
Enfim, conforme você percebeu, o bem-estar do seu estômago depende muito de você. Muitas vezes, você vai acabar comendo uma fatia a menos de picanha, vai trocar aquele sanduíche "caprichado no molho" por um outro mais leve.
Ou vai até mesmo resistir àquela torta de chocolate que só a sua
sogra consegue acertar e, sem perder a amizade, vai acabar maneirando naquele cupim maravilhoso que o seu amigo faz tão bem! Isso tudo em benefício do seu estômago e da sua saúde.
Sua saúde merece, e você também!
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Cuidado com a Gastrite
A gastrite é uma doença comum, da qual ouvimos falar com freqüência. Mas poucos sabem realmente o que ela representa, suas causas e particularidades. Ela se caracteriza por acometer a mucosa gástrica (parede do estômago), causando inflamação. Homero Soares Fogaça, chefe da enfermaria de Gastroenterologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) e professor da Faculdade de Medicina, esclarece que a principal razão da gastrite é de origem infecciosa, causada pela bactériaHelicobacter pylori. Mas ela também pode não ser infecciosa e deriva do consumo de antiinflamatórios, álcool e drogas, por exemplo.
A bactéria Helicobacter pode viver na mucosa gástrica por muito tempo, sem causar infecção. As substâncias que ela produz é que podem desencadear o processo inflamatório, porém, isto não acontece em 100% dos casos. Mesmo assim, cuidado nunca é demais. “Esta bactéria surge em condições de falta de saneamento básico, contaminando a água e provocando a contaminação das pessoas”, alerta o gastroenterologista. Assim, mesmo que a doença não venha a se manifestar, preservar-se do contato com água e alimentos contaminados ou com pessoas infectadas é fundamental.
O uso de antiinflamatórios pode ocasionar este quadro porque eles reduzem a proteção gástrica, mas apenas se ingeridos por longos períodos. O álcool, também devido ao exagero nas doses, pode culminar em inflamação da mucosa gástrica. Além do desconforto no abdome, há outros sinais menos freqüentes que podem evidenciar a existência da gastrite. “Geralmente, o sintoma apresentado é a dor no estômago. Mas náuseas e vômitos também podem ser indicativos da inflamação”, informa Homero.
Algumas orientações também são relevantes para diminuir o risco de sofrer de gastrite, como, por exemplo, moderar o consumo de bebidas alcoólicas e fugir dos famosos fast-foods. Mas situações de estresse, tão comuns no cotidiano, também podem desencadear o processo inflamatório. Por isso, evitar irritações (por mais difícil que isto seja) é relevante na hora de manter distância da gastrite.
Tipos de GASTRITE
Histologicamente, a gastrite é inicialmente dividida em erosiva e não erosiva;
Dentro de cada tipo de inflamação, se existir, pode ser aguda ou crônica (a diferenciação é feita através da visualização no microscópio da presença de células específicas que identificam a presença de inflamação aguda ou crônica).
A gastrite crônica é muito mais comum, mas as duas podem coexistir. A gastrite não-erosiva inespecífica crônica pode ser superficial ou profunda (transmucosa), com ou sem atrofia glandular ou metaplasia.
A gastrite decorrente da idade conhecida com atrófica é tão comum que alguns a consideram um fenômeno do envelhecimento. Seu aparecimento em jovens merece atenção especial.
A gastrite erosiva é melhor diagnosticada endoscopicamente
Como evitar a Gastrite
Evitar o uso de medicações irritativas como os antiinflamatórios e a aspirina. | |
Evitar o abuso de bebidas alcoólicas e do fumo. | |
Existem controvérsias quanto ao hábito da ingestão de café e chá preto influir nas gastrites, por isso o seu consumo deverá depender da tolerância individual. | |
A melhoria das condições sanitárias, do tratamento da água de consumo doméstico, da higiene pessoal (lavar as mãos antes de tocar alimentos), dos cuidados no preparo e na conservação dos alimentos, faz decrescer significativamente as vítimas das toxinfecções alimentares (gastroenterites).
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Tratamento para Gastrite
Nos casos de gastrite aguda associada ao uso de medicações antiinflamatórias, sua suspensão e/ou substituição, associada ao uso de medicamentos que neutralizem, que inibam ou bloqueiem a secreção ácida do estômago, é o tratamento básico. | |
A endoscopia, mais utilizada nos casos de gastrite aguda acompanhada de sangramento, além de poder fazer o diagnóstico, pode interromper a hemorragia aplicando variados tratamentos locais. | |
Não há consenso sobre a vantagem de tratar a bactéria Helicobacter pylori quando há gastrite sem úlcera, pois não tem sido observada uma melhora significativa dos sintomas digestivos. |
Sintomas da Gastrite
A maioria dos casos crônicos não apresenta sintomas.
Já na gastrite aguda, quando existem queixas, são muito variadas:
dor em queimação no abdômen | |
azia | |
perda do apetite | |
náuseas e vômitos | |
sangramento digestivo, nos casos complicados, demonstrado pela evacuação de fezes pretas (melena) e/ou vômitos com sangue (hematêmese). |
Por deficiência de absorção de Vitamina B12 e ácido fólico, pode ocorrer anemia manifestada por:
fraqueza | |
ardência da língua (glossite) | |
irritação dos cantos dos lábios (comissurite) | |
diarréia | |
mais raramente, alterações neurológicas envolvendo memória, orientação e coerência, quadro clínico relacionado à gastrite atrófica. |